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1 de junho de 2012

A Felicidade Não Mora Ao Lado


Um dia acordei com uma vontade imensurável de ser feliz! E o que era ser feliz???
Mas eu era feliz...
E  de repente a dúvida me fez refém. E se eu não fosse feliz? E se eu estivesse enganada durante todos esses anos? E se eu nem soubesse o que era a felicidade?
Quis então, certificar-me de que podia julgar-me feliz.
Fiz meu ritual matinal com mais pressa do que de costume, pois tinha que correr. A felicidade não espera.
Tinha urgência em sanar minha dúvida. Mas como?
Durante o café da manhã fui tentada a perguntar a cozinheira, qual seria seu ideal de felicidade. Mas achei que seria uma invasão e simplesmente comecei o diálogo matinal de sempre. Entre uma e outra instrução doméstica não me contive  e puxei assunto  bisbilhotando a felicidade alheia:
Foi quando ela me fez uma narrativa de seus dias (segundo ela) de felicidade.
 “...Aos domingos (geralmente o último domingo do mês)  vamos à praia ( 210 KM de nossa cidade) de ônibus. Eu, Orlando, minha sogra, a Gorda (cunhada), e os meninu  tudo.
Levo meu franguinho, minha farofinha, dois litro de coca, e saímu daqui as  4 da matina,  passamu o dia na areia escaldante,  sol queimando a mulera, mininada correndo sem parar, Orlando bebendo sua cervejiiiinha. Uma festa...  Voltamu sempre depois das 17h30min min  (de ônibus) todo mundo assado do sol, Orlando bêbado, a Gorda brigando com os meninu e minha sogra reclamando da demora em chagar em casa, por que ta enjoada e precisa fazer o nº 3...”. O relato demorou bem mais que isso claro, pois Marinete falava muito. Mas a esta altura, eu já me dava por satisfeita e  sabia: Marinete era feliz. Nunca me ocorreu o contrário. Ela era feliz.
Entrei no meu carro, liguei o rádio, deixei minha filha na escola, e atravessei toda a cidade rumo ao meu trabalho. Durante todo o percurso estive pensando na vida de Marinete. E ela era feliz.
Passava das 07h30min quando cheguei ao meu trabalho.  Bom dia pra cá, bom dia pra lá, todos dando início ao dia de trabalho, conversando, rindo fazendo uma piada ou outra, para começar um dia realmente bom; então chega seu Ivan. Seu Ivan é um senhor que trabalhava na empresa havia mais de 30 anos, é o mais velho e também o que tem mais tempo na  empresa, já poderia se aposentar, se assim o quisesse (isso também era um enigma  para mim).
-  Bom diiiiia seu Ivan!  Disse algum outro colega, já sabendo que não ouviria um “bom dia “ de volta.
Silêncio. Seu Ivan não gostava de “bons dias” não era chagado a sorrisos nem dado a brincadeiras. Durante os anos que trabalhamos juntos, acho que o vi sorrir uma ou duas vezes, e isso deve ter sido um descuido dele.
Então imediatamente minha dúvida tomava meus pensamentos de novo.
Será que eu era feliz??? Por que certamente, e isso era claro e evidente, seu Ivan não era. Ele era um senhor de quase 60 anos, magrinho, cabelos grisalhos e usava um óculos que lhe pesava ainda mais o semblante, era  bem sucedido financeiramente, tinha filhos adultos mestrandos ou pós-graduados, um bom Apartamento, carro do ano, gozava de boa saúde, fazia uma viagem ao exterior por ano, tinha uma esposa inteligente, bonita e igual bem sucedida... Enfim, seu Ivan tinha uma vida tranquila sem garndes problemas ou quase nenhum imaginava eu.  Tinha tudo para ser feliz... Mas não o era. Ele não era feliz.
Para mim havia ficado claro o que era a felicidade.
Cheguei a feliz conclusão que: Não há motivos para a felicidade, só desejo. A felicidade existe dentro de nós, e não no outro. A felicidade está dentro de cada um, esperando para ser exercitada, esperando que a gente deixe ela sair, se manifestar, se estabelecer em nossas vidas.
Que bom que a felicidade de Marinete não dependia de dinheiro.
E que triste que seu Ivan tenha tido uma vida tão agradável e não a tenha notado. Que triste que seu Ivan, atravessou toda sua vida sem deixar a sua felicidade sair.
Mas e eu? Eu estava feliz, e já era feliz há bastante tempo, aliás... Desde que decidi e optei pela felicidade (um segredo: a felicidade não mora ao lado, ela mora dentro).


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Quem sou eu

Gosto de escrever. Escrever para mim é uma necessidade, uma cura. Escrever é um ato de extrema entrega, é de dentro pra fora. Escrevo por urgência, escrevo por amor e com amor. Sou imediatista, intensa, e sonhadora! Defeitos? Tenho muitos, incontáveis talvez; melhor nem dizê-los.; Tenho uma alma sonhadora. Sonho, e como sonho...

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