Poemas participantes da enquete ( Em teste )

5 de dezembro de 2012

Uma Escolha

Queria mesmo era viver no mundo da lua, sem asfaltos nem concretos, sem fumaça nem barulho, sem trânsito nem semáforos, o único verde que existiria por lá seria o verde dos meus olhos procurando os teus pra fitar. Queria viver por lá... sem sustos nem surtos;  sem ponteiros  pra me dominar.

Queria poder viver em cima das nuvens pra sentir sua macies sob meus pés (acho que a nuvens são frias e macias). E de nuvem em nuvem iria onde eu quisesse, iria ao Japão ou Minas Gerais, tanto faz... Mas iria sem pressa de chegar nem dia pra voltar. Se vivesse por lá, brincaria de moldar sentimentos... Não deixaria ninguém se machucar.

Talvez quem sabe, viver no mundo do Pequeno Príncipe, aquele do livro. Mas seu mundo é muito pequenino, visto de fora, mal cabe ele  e um jardinzinho com uma rosa que me pareceu meio cruel...E de crueldade quero distância. 

Poderia viver também no futuro, onde nada foi escrito nem nada foi quebrado, Será que seria mesmo seguro? Lá nada ainda foi desenhado.

Pior seria viver no passado, presa, algemada ao que não pode ser mudado.

E se vivesse no espaço? Não. Definitivamente não. Lá me parece muito frio, escuro, sombrio e solitário... O único espaço que quero é do teu abraço.

Quem sabe se pudesse viver no teu coração...  ahhh não, não... lá parece meio apertado. Também não quero viver de lado e nem do lado de fora.

Poderia viver nas entrelinhas de uma poesia, mas também não quero... Nem todos lêem entrelinhas, então ficaria eu lá, perdidinha, sem vida... simplesmente ignorada... nem mesmo esquecida.

Acho que  por enquanto vou viver por aqui mesmo, pois daqui ainda posso admirar a lua,  poderemos fazer companhia uma à outra enquanto caminho pela rua.
Daqui também posso ver a mutação nas formas das nuvens, posso fechar os olhos e sentir sua macies, deitar e rolar imaginando-me lá; está certo que não posso moldar sentimentos, mas posso sorrir e diminuir algumas dores (sorrisos são analgésicos poderosíssimos).
Ignorando minha impaciência e imediatismo, chegarei ao futuro... e dependerá de mim a forma dos desenhos que haverão por lá.
E o espaço... Este fica para os dias que eu me cansar de tudo, aí poderei mandar tudo pra lá, pro espaço.




2 comentários:

  1. Olá! Fernando Pessoa deixou escrito: "sou do tamanho do que vejo" - e o que ele via ia muito além do que os olhos podiam enxergar... Gosto da tua escrita, por que me faz viajar - sem bagagem, sem passaporte...

    beijo

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  2. Sylvya, que maravilha de texto! Quanta poesia contida nessa prosa! Adorei viajar com você para tantos lugares...
    Beijos.

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Quem sou eu

Gosto de escrever. Escrever para mim é uma necessidade, uma cura. Escrever é um ato de extrema entrega, é de dentro pra fora. Escrevo por urgência, escrevo por amor e com amor. Sou imediatista, intensa, e sonhadora! Defeitos? Tenho muitos, incontáveis talvez; melhor nem dizê-los.; Tenho uma alma sonhadora. Sonho, e como sonho...

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