Poemas participantes da enquete ( Em teste )

21 de março de 2013

Quatro Estações I


 Muitas são as primaveras que abrigo dentro de mim
Algumas mais perfumadas, outras mais coloridas... Mas de alguma forma, ou em todas as formas são primaveras.
Quando chegam, são  sempre coloridas, leves, suaves, gentis, e derramam seu perfume, por todo meu viver.
Chegam sem avisar e no outro minuto já afloram no ritmo da batida do meu coração. E  apesar de  meu peito abrigar incontáveis primaveras, elas desabrocham uma a uma, com total domínio de tempo entre elas, são assim...cada uma no seu tempo com suas borboletas  e beija flores... Chegam fazendo crescer o pulsar, o querer, o desejar ...o sentir.
Primaveras são travessas,  chegam sem avisar... apenas chegam e florescem, atraindo e traindo-se algumas vezes,  tornando-se frágeis....insuportavelmente frágeis.
Suas flores emolduram casais apaixonados e seu perfume os deixam inebriados, talvez seja por isso que ficam tão "bobinhos".
Ahhh  primaveras... primaveras... tão alegres e espontâneas que acabam por esconder sua maior crueldade, talvez a única: suas flores murcham,  perdem o brilho, a suavidade a beleza e o perfume. Por ironia, são os espinhos que vivem mais, ficam ali no caule escondidinhos esperando para ferir, fazer sangrar... esse é seu papel, machucar e mostrar a dor.
Primaveras saem de cena com a mesma delicadeza com que chegam, mas deixam rastros para não serem esquecidas de pronto... deixam pétalas derramadas por todos os caminhos...sementinhas enterradas, carregadas por pássaros ou pelo vento, recolhem seu colorido e também  seus espinhos (alguns totalmente quebrados) guardam seus perfumes  e (mas o aroma fica na nossa memória) batem em retirada.
É sempre assim...primaveras chegam anunciando seu próprio fim. Vão-se, deixando beija-flores e borboletas que voavam por ali...sem chão e sem flor para seguir. Vistas por este ângulo as primaveras são quase egoístas e assim como chegam... partem. sem anúncios ou consentimentos.
Nesse momento só me resta esperar pela próxima primavera...elas sempre voltam e fazem os mesmos estragos quando partem.

Não pode ser uma primavera para a vida inteira...Mas várias primaveras durante a vida...


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Quem sou eu

Gosto de escrever. Escrever para mim é uma necessidade, uma cura. Escrever é um ato de extrema entrega, é de dentro pra fora. Escrevo por urgência, escrevo por amor e com amor. Sou imediatista, intensa, e sonhadora! Defeitos? Tenho muitos, incontáveis talvez; melhor nem dizê-los.; Tenho uma alma sonhadora. Sonho, e como sonho...

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