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5 de junho de 2013

O Tempo Não Pode Esperar

Já faz algum tempo, percebi que o Tempo não é nosso aliado. E de alguma forma estamos sempre em guerra contra ele. Mas apesar disso, em alguns momentos - não raros - queremos, precisamos, desejamos com todas nossas forças, mais um pouquinho "dele". Mais um pouquinho de tempo. Como se dentro desse pouquinho, fosse possível realizar qualquer coisa, como se dentro desse pouquinho pudesse viajar para o passado e consertar o que foi quebrado, ou amar o que foi esquecido,  perdoar um ou outro pecado, ou só para dizer: "eu te amo", ou "me perdoe"... Ou coisinhas assim, que deixamos de fazer e dizer, por que pensamos que temos muito tempo, temos tempo de sobra. Mas  ele não sobra,  ele tem a medida exata para cada um de nós, ou seríamos nós que teríamos uma medida exata de tempo?
Hoje, eu queria só mais um pouquinho de tempo, queria poder detê-lo entre minhas mãos. Queria poder entupir a ampulheta pra impedi-lo de escoar, queria que sobrassem alguns grãozinhos na parte de cima da ampulheta. Queria segurar os ponteiros teimosos, que insistem em girar...girar..girar...Parem ponteiros. Se querem tanto girar... que girem, mas da esquerda para a direita, enganem o tempo.
Ele não para,  não perdoa, não há prorrogação nem segundo tempo. Ele é uma estrada longa, cheia de curvas, e após cada curva, um jardim secreto, uma festa guardada;  há também os abismos, os buracos... e em algum momento a estrada chegará a um muro alto, impossível transpô-lo. Acaba ali. Depois do muro? Ahhh! Isso seria um outro texto. Uma outra conversa!
Somos escravos do tempo mas apesar disso, somos livres para fazer o que quisermos dele. Só não há meios de esticá-lo, prolongá-lo, burlá-lo. Enfim, o tempo não para, por mais clichê que isso seja, não há outra maneira de dizer isso.
E hoje, o tempo está minguando para mais alguém; e sei que as nuvens ficarão menos fofinhas, e o arco íris terá menos cores e que  tuas flores, certamente morrerão de saudades; sei que os bentivis não cantarão mais na tua rua, nem meu céu será o teu céu. Sei também, que teu riso não encherá mais o ambiente, e que teu óculos não ocupará mais a mesinha de centro.
Na parte de cima dessa ampulheta resta muito pouco, e esse pouco esvai-se sem dó.
E apesar do tempo não perdoar, e por isso mesmo, quando nos reencontrarmos você já saberá daquilo que não tive tempo de dizer-lhe, ou coragem, vai saber o que me faltou.

2 comentários:

  1. Pura expressão da realidade, Pea! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Pea,

    Poderia aqui tecer muitas considerações sobre o tempo, porque sou um verdadeiro admirador do TEMPO e, por isso lhe dedico muito do que escrevo.

    Mas o que poderia escrever, talvez aquele de que gosto mais, está aqui:

    http://ciscosdaspalavras.blogspot.com/2013/02/tempo-sem-tempo.html

    O meu blog está cheio de "TEMPO".

    Adorei o teu TEMPO.

    Beijos

    ResponderExcluir

Quem sou eu

Gosto de escrever. Escrever para mim é uma necessidade, uma cura. Escrever é um ato de extrema entrega, é de dentro pra fora. Escrevo por urgência, escrevo por amor e com amor. Sou imediatista, intensa, e sonhadora! Defeitos? Tenho muitos, incontáveis talvez; melhor nem dizê-los.; Tenho uma alma sonhadora. Sonho, e como sonho...

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