Sem aviso ela chega. Lentamente instala-se como algo que vem para ficar, cheia de vontades, indiscreta e egoísta, mas dolorosamente gostosa. Irracional, sem pudor, sem meio termo, sem mais ou menos. Monumental, pintada de vermelho vivo, selvagem e extremamente espontânea, ela não pensa e nem permite pensar, acho que não seria injustiça ou exagero chamar-lhe de ditadora. Irracional não faz cálculos e exige resultados. Mas por providência divina eu diria, vem sempre com prazo de validade definido, o que não significa que acabe, mas que pode amadurecer e trocar de pele, pode deixar de ser tão... tão paixão para ser amor. Pode...mas não quer dizer que aconteça.
A paixão é sempre assim, maiúscula, imponente e sedutora. Às vezes nos torna prisioneiros de seus caprichos, mas não é uma vilã por completo. É responsável por alguns dos momentos que nunca, jamais sairá da memória de quem a abriga, é a responsável pelos mais lindos versos, pelas mais lindas músicas e por algumas das loucuras mais gostosas que podemos cometer.
Talvez paixões sejam equívocos, uma alteração química que dura o tempo necessário para que nossa alma faça festa e sinta a ressaca, é... pode ser . Talvez sejam imensos labirintos coloridos, caleidoscópio de sentimentos esperando ser percorrido e oferecendo seus prazeres, nós é que nos perdemos no seu colorido.
A paixão é uma espécie de tempestade que chega através de um conta gotas, é algo que não cabe em si, por isso derrama e desagua em nossa alma, nos fazendo doer e gostar dessa dor.
Eu, tal qual Gracilianos Ramos, também "Acho medonho alguém viver sem paixões".
Paixão é mesmo tudo isso, todo esse caldeirão de sentimentos e instintos. E quem nunca teve uma paixão, quem nunca teve os hormônios em pé de guerra, nunca viveu de verdade.
ResponderExcluirGostei, viu, Pea
Sim, adorei... Paixão é mesmo isto. Inexplicavelmente ontem escrevi sobre o mesmo tema, um texto que diz praticamente o mesmo, com outras palavras.
ResponderExcluirVou continuar a passar por aqui.
Obrigado pela partilha de sentimentos.